Aula 2 - Decifrando o comportamento

Aula 2 - Decifrando o comportamento

Breve Resumo

Este vídeo é a segunda aula da semana da neurociência do comportamento, onde Andrei Mayer explora a arquitetura do comportamento humano, abordando desejo, motivação, autocontrole, cognição e movimento. Ele revisa os pilares da saúde mental, enfatizando que são comportamentos específicos orquestrados pelo cérebro. A aula discute a integração de emoção, cognição e ação no comportamento, o papel dos núcleos da base como filtro, e a importância da dopamina na sinalização de valor e aprendizado. Além disso, aborda como condições como falta de sono, ansiedade, depressão, TDAH e vícios afetam esses mecanismos cerebrais, influenciando o comportamento.

  • Saúde mental é o funcionamento adequado do cérebro, influenciado por comportamentos específicos.
  • O comportamento é composto por elementos emocionais, cognitivos e de ação, integrados pelos núcleos da base.
  • A dopamina sinaliza valor e promove mudanças comportamentais através do aprendizado.

Introdução

Andrei Mayer inicia a aula agradecendo a presença dos participantes e informando que abrirá espaço para perguntas no final. Ele destaca que o conteúdo da aula é exclusivo e foi elaborado para a semana da neurociência do comportamento, visando enriquecer o conhecimento dos profissionais da área da saúde sobre a mente e o comportamento humano. A aula compila princípios básicos de diversas disciplinas da pós-graduação, abordando temas como desejo, motivação, autocontrole e cognição, essenciais para entender o comportamento humano e quadros clínicos como ansiedade, depressão, TDAH e vícios.

Revisão da Aula Anterior

Andrei revisa a aula anterior, onde discutiu saúde mental como o funcionamento adequado do cérebro, dependente de um corpo ativo, nutrição, sono de qualidade, manejo de estresse e conexão social. Ele reforça que esses pilares são, na verdade, comportamentos específicos, e que o funcionamento do cérebro é o que determina se um indivíduo terá comportamentos saudáveis ou disfuncionais. É crucial entender como o cérebro funciona para avaliar e psicoeducar o paciente, considerando fatores ambientais, sociais e hormonais que impactam o comportamento.

Reflexão sobre o Comportamento

Andrei convida os participantes a refletirem sobre suas atividades diárias, enfatizando que tudo o que fazemos é comportamento, inclusive ficar parado. Ele destaca a importância de entender como o cérebro arquiteta esses comportamentos, que são influenciados por circuitos complexos e sinais químicos. O comportamento possui três componentes básicos: emocional, cognitivo e de ação, que atuam de forma integrada.

Componentes do Comportamento

O palestrante explica os três componentes básicos do comportamento: o emocional, o cognitivo e a ação. O componente emocional envolve áreas cerebrais relacionadas à percepção de valor e simulação de sentimentos, como o córtex pré-frontal ventromedial e o córtex orbitofrontal. A cognição se refere à capacidade de adquirir e manipular informações, dependendo do controle atencional mediado pelo córtex pré-frontal dorsolateral. A ação é o movimento em si, mas também inclui a inação, como se controlar para não responder a uma provocação.

Integração dos Componentes

Andrei ilustra a integração dos componentes do comportamento com o exemplo de um paciente que se depara com um bolinho. O desejo de comer o bolinho surge da simulação emocional, afetando o processamento cognitivo e o planejamento da ação. Se a pessoa tem um motivo para não comer o bolinho, o córtex pré-frontal pode modular as áreas emocionais, diminuindo o desejo e inibindo o movimento. Esse processo é conhecido como controle inibitório, que pode ser prejudicado por fatores como falta de sono, ansiedade excessiva, TDAH, hábitos fortes e vícios.

O Papel dos Núcleos da Base

O palestrante introduz os núcleos da base, em especial o corpo estriado, como um filtro que modula a atividade das áreas envolvidas com emoção, cognição e movimento, tornando certos comportamentos mais prováveis em contextos específicos. Esse filtro integra informações externas e internas, baseando-se nas experiências passadas para guiar o comportamento presente. Os núcleos da base funcionam como um sistema de acelerador e freio, filtrando a atividade cerebral para priorizar certos comportamentos.

A Dopamina como Sinalizador de Valor

Andrei apresenta a dopamina como um neuromodulador que sinaliza valor, indicando ao cérebro o que é importante ou o que está prestes a acontecer. A dopamina pisa no acelerador e tira o pé do freio, estimulando comportamentos direcionados a um futuro de grande valor. Além disso, a dopamina guia modificações nos circuitos cerebrais, promovendo o aprendizado e a mudança comportamental.

Como Diferentes Condições Afetam o Cérebro

O palestrante discute como diferentes condições afetam a maquinaria cerebral. A falta de sono leva ao acúmulo de adenosina, que bloqueia a ação da dopamina, prejudicando o controle atencional. A ansiedade aumenta a atividade da amígdala, que sequestra os circuitos cerebrais para lidar com potenciais perigos. A depressão causa atrofia no córtex pré-frontal, dificultando a regulação emocional e cognitiva. No TDAH, há alterações em setores envolvidos com controle cognitivo e motivação. Na doença de Parkinson, perdem-se neurônios dopaminérgicos nos setores motores. Nos vícios, há uma superestimulação do sistema dopaminérgico, tornando o comportamento viciante cada vez mais provável.

Considerações Finais e Próximos Passos

Andrei resume os princípios da aula, enfatizando a integração dos circuitos cerebrais na arquitetura do comportamento humano. Ele destaca a importância de avaliar adequadamente os comportamentos do paciente, psicoeducá-lo e orientá-lo a mudar o cérebro, promovendo comportamentos saudáveis. A próxima aula abordará a mudança de comportamento e a formação de hábitos. Ele convida os interessados em saber mais sobre a pós-graduação a entrarem no grupo VIP e encerra a aula, abrindo espaço para perguntas.

Perguntas e Respostas

Andrei responde a perguntas dos participantes sobre o controle inibitório no TOC, alternativas para minimizar os prejuízos da falta de sono, dificuldades de autocontrole em indivíduos com TEA e TDAH, e como intervir em pacientes com depressão maior. Ele enfatiza a importância da psicoeducação, da avaliação individualizada e do entendimento profundo dos mecanismos cerebrais para um tratamento eficaz.

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