Breve Resumo
Este vídeo oferece uma revisão completa da filosofia para o ENEM, abordando desde a filosofia antiga até a pós-moderna. Ele destaca os principais filósofos e suas teorias, com foco nos temas mais recorrentes nas provas.
- A filosofia surge na Grécia antiga como uma forma racional de explicar a realidade, em oposição ao pensamento mitológico.
- A filosofia medieval é fortemente influenciada pela religião, com destaque para a patrística e a escolástica.
- A filosofia moderna é marcada pelo racionalismo e empirismo, além do contratualismo e do iluminismo.
- A filosofia contemporânea aborda temas como o existencialismo, a crítica à moral tradicional e a relação entre tecnologia e bioética.
Introdução [0:00]
O vídeo tem como objetivo apresentar todo o conteúdo de filosofia necessário para o ENEM, visando aumentar o número de acertos na prova de ciências humanas. O autor aconselha a todos que assistirem a aula, que façam anotações dos pontos que serão abordados, pois não adianta apenas escutar, é preciso ter um material teórico para revisar as informações. O importante é entender e internalizar os pontos, memorizar os detalhes para que, na hora da prova, o conhecimento esteja acessível e garanta mais questões corretas.
Filosofia [1:07]
A filosofia surge na Grécia antiga como uma disciplina que busca explicar a realidade de forma racional, em oposição aos mitos. Antes da filosofia, os mitos eram a forma de explicar o mundo, transmitidos oralmente por poetas. Com a invenção da escrita, a democracia e o surgimento do comércio, ocorre uma transição gradual para a filosofia, que busca explicações lógicas e racionais, abandonando explicações baseadas na religião ou sem fundamento visível.
Filosofia antiga [2:28]
A filosofia antiga se inicia com os pré-socráticos, que investigavam a natureza (physis) e buscavam o princípio originário de todas as coisas (arché). Entre os principais filósofos pré-socráticos, destacam-se Tales de Mileto (água como arché), Demócrito (átomo), Pitágoras (número), Anaxímenes (ar), Anaximandro (ápeiron), Heráclito (mobilismo) e Parmênides (imobilismo). Os pré-socráticos se dedicavam à cosmologia, buscando explicar o universo de forma racional. Após os pré-socráticos, surgem os sofistas, que desenvolviam a argumentação retórica e defendiam que a verdade é relativa. Os sofistas vendiam seu conhecimento para jovens que queriam se destacar na política.
Sócrates, por sua vez, defendia que o conhecimento deve ser baseado no entendimento do homem e da natureza humana. Ele se opunha ao relativismo sofista e desenvolveu o método socrático, um diálogo que visava chegar à verdade por meio da ironia e da maiêutica. Platão, discípulo de Sócrates, desenvolveu a teoria das ideias, que divide o mundo em duas instâncias: o mundo sensível (das aparências) e o mundo inteligível (das ideias). Para Platão, o conhecimento verdadeiro está no mundo inteligível, acessível pela razão. Platão também desenvolveu a teoria da reminiscência, segundo a qual o homem já possui todo o conhecimento, mas o esquece ao nascer. Além disso, Platão propôs uma teoria política baseada na sofocracia, em que os filósofos deveriam governar a cidade ideal.
Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolveu uma teoria metafísica que se opõe à de seu mestre. Para Aristóteles, toda coisa é uma substância, composta por essência e acidentes. As substâncias se apresentam em ato (manifestação atual) e potência (possibilidade de vir a ser). Aristóteles também desenvolveu a teoria das quatro causas (material, formal, eficiente e final) e defendia que o homem é um animal político por natureza (zoon politikon). A ética aristotélica se baseia na busca pela felicidade (eudaimonia) e na prática da mediania, evitando os extremos. Aristóteles também classificou as formas de governo em positivas (monarquia, aristocracia e politeia) e negativas (tirania, oligarquia e democracia). O período helenista, marcado pelo domínio macedônico, é caracterizado pela interação entre a cultura grega e oriental. As principais correntes filosóficas desse período são o epicurismo (busca pelos prazeres simples), o ceticismo (dúvida sobre a possibilidade do conhecimento verdadeiro), o estoicismo (indiferença aos problemas da vida) e o cinismo (desprezo às convenções sociais).
Filosofia medieval [14:33]
A filosofia medieval é marcada pela influência da religião cristã. A patrística, corrente filosófica inicial, tem como principal representante Santo Agostinho, que defendia a teoria da iluminação (a fé é anterior à razão e Deus ilumina a razão para que ela possa conhecer a verdade), a teoria do bem e do mal (o mal é a ausência do bem) e a distinção entre a cidade de Deus e a cidade dos homens. Santo Agostinho foi influenciado por Platão e pelo neoplatonismo. A escolástica, corrente posterior, tem como principal representante São Tomás de Aquino, que foi fortemente influenciado por Aristóteles. São Tomás de Aquino defendia que é preciso entender para crer (a razão precede a fé, mas a teologia esclarece o conhecimento imperfeito gerado pela filosofia) e desenvolveu a teoria das causas primeiras (Deus é o primeiro motor imóvel, a causa eficiente de tudo, o ser necessário e a finalidade do ser).
Filosofia moderna [18:20]
A filosofia moderna é marcada pelo racionalismo e pelo empirismo. O racionalismo, defendido por René Descartes, afirma que o conhecimento só pode ser obtido por meio da razão e que os sentidos são enganosos. Descartes desenvolveu o método cartesiano (dúvida metódica) e a teoria do cogito ergo sum (penso, logo existo). O empirismo, por sua vez, defende que os sentidos são a fonte do conhecimento e que a razão não é suficiente por si só. Os principais filósofos empiristas são John Locke (teoria da tábula rasa), Francis Bacon (teoria dos ídolos e método indutivo) e David Hume (teoria da associação de ideias e crítica à causalidade). Immanuel Kant desenvolveu o criticismo, buscando conciliar o racionalismo e o empirismo. Kant afirmava que não conhecemos as coisas em si (noumeno), mas apenas os fenômenos (a forma como as coisas se apresentam aos nossos sentidos). Para Kant, o conhecimento envolve tanto a razão quanto os sentidos. Kant também desenvolveu a ética kantiana, baseada no imperativo categórico (agir de forma que a ação possa se tornar uma lei universal).
Contratualistas [28:36]
Na filosofia política, destacam-se os contratualistas, que desenvolveram a teoria do contrato social. Segundo essa teoria, os homens viviam em um estado de natureza antes de formarem a sociedade civil por meio de um contrato social. Thomas Hobbes defendia que o estado de natureza é uma guerra de todos contra todos e que o contrato social leva à monarquia absolutista. John Locke, por sua vez, afirmava que o estado de natureza é relativamente harmônico e que o contrato social leva à monarquia constitucional. Jean-Jacques Rousseau defendia que o homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe, e que o contrato social deve garantir a vontade geral e a democracia direta.
Utilitarismo [32:32]
O utilitarismo é uma corrente ética que defende que as ações devem proporcionar a maior quantidade de bem possível e a menor quantidade de dano possível. Os principais representantes do utilitarismo são John Stuart Mill e Jeremy Bentham.
Existencialismo [32:48]
O existencialismo, corrente filosófica que tem como grande representante Jean-Paul Sartre, defende que o homem nasce livre e responsável por suas escolhas. Sartre afirmava que o homem está condenado a ser livre e que o comportamento humano pode ser autêntico ou inautêntico.
Nietzsche [33:45]
Friedrich Nietzsche, filósofo polêmico, criticava a moral tradicional e a religião. Nietzsche propunha o método do martelo para criticar os conceitos filosóficos falhos e defendia a moral do senhor (autonomia e vontade de potência) em oposição à moral do rebanho (submissão e domesticação). Nietzsche também desenvolveu os conceitos de niilismo (ausência de valores) e amor fati (amor ao destino).
Michel Foucault [36:04]
Michel Foucault, filósofo contemporâneo, desenvolveu teorias sobre o poder e a disciplina. Foucault afirmava que a prisão serve como mecanismo de docilização dos corpos e que a sociedade é pautada por microfísicas do poder (pequenas escalas de poder que orientam o comportamento dos indivíduos).
Freud [36:54]
Sigmund Freud, criador da psicanálise, dividiu o intelecto humano em consciente e inconsciente. Freud afirmava que a psicanálise pode trazer à tona informações do inconsciente para o consciente, auxiliando no tratamento de problemas psicológicos.
Hannah Arendt [37:22]
Hannah Arendt, filósofa do século XX, desenvolveu a ideia da banalidade do mal, mostrando como pessoas teoricamente normais podem cometer atos condenáveis em determinadas situações.
John Rawls [37:39]
John Rawls, filósofo liberal, propôs um neocontratualismo e defendeu a importância da justiça e da equidade para a organização social. Rawls afirmava que, para exercer a atividade política, o indivíduo deve fazer uso do véu da ignorância (partir de um princípio de indiferença para tomar decisões imparciais).
Jürgen Habermas [38:13]
Jürgen Habermas, filósofo contemporâneo, desenvolveu a teoria do agir comunicativo, defendendo que a democracia deve ser fundamentada na comunicação racional entre os indivíduos.
Hans Jonas [38:58]
Hans Jonas, filósofo pós-moderno, relacionou tecnologia e bioética. Jonas propôs o princípio responsabilidade e defendeu a sustentabilidade na relação do homem com o meio ambiente, a partir de uma heurística do temor (medo das consequências da degradação ambiental).