Breve Resumo
Este vídeo conclui o capítulo sobre tecido conjuntivo, abordando as fibras (colágenas, reticulares e elásticas), a substância fundamental e o fluido tissular. Explica a classificação dos tecidos conjuntivos em propriamente ditos (frouxos e densos), de propriedades especiais (adiposo, elástico, hemocitopoiético, mucoso) e de suporte (cartilaginoso e ósseo).
- Fibras colágenas e reticulares são formadas pela proteína colágeno, enquanto as elásticas são compostas principalmente por elastina.
- A distribuição e o tipo de fibra predominante influenciam as propriedades do tecido conjuntivo.
- A substância fundamental preenche os espaços entre células e fibras, sendo rica em glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas.
- O fluido tissular permite trocas entre o plasma sanguíneo e o interstício, essencial para nutrição e remoção de resíduos celulares.
Fibras do Tecido Conjuntivo [0:56]
As fibras do tecido conjuntivo são estruturas proteicas que se polimerizam, formando estruturas alongadas. Existem três tipos principais: colágenas, reticulares e elásticas. As fibras colágenas e reticulares são compostas pela proteína colágeno, enquanto as elásticas são formadas principalmente por elastina. A distribuição desses tipos de fibras varia nos diferentes tecidos conjuntivos, influenciando suas características e comportamentos. Por exemplo, tecidos ricos em fibras colágenas resistem melhor à tração, enquanto tecidos com fibras elásticas têm maior capacidade de distensão.
Fibras Colágenas [4:41]
As fibras colágenas, que compõem o sistema colágeno, são proteínas organizadas em diferentes tipos, variando em rigidez, elasticidade e resistência à tensão. Amplamente distribuídas no corpo, formam a estrutura da pele, ossos, cartilagens e músculos, representando 30% do peso seco do organismo. Produzidas por diferentes tipos celulares, as fibras colágenas são agrupadas conforme suas características, formando longas fibrilas (tipos 1, 2 e 3), associando-se a fibrilas (tipos 9 e 12), formando redes (tipo 4) ou atuando como ancoragem (tipo 7).
Síntese de Fibras Colágenas Tipo 1 [10:05]
A síntese das fibras colágenas tipo 1, amplamente distribuídas no organismo, inicia-se no fibroblasto, uma célula capaz de produzir proteínas para exportação. O DNA contém a informação genética para codificar a sequência de aminoácidos (glicina, lisina e prolina) necessários para a produção do colágeno. O RNA mensageiro, uma cópia dessa informação, é transportado para o citoplasma, onde é lido pelos ribossomos no retículo endoplasmático rugoso. A cadeia polipeptídica resultante, chamada de pré-procolágeno, sofre hidroxilação e glicosilação, transformando-se em procolágeno.
Processo de Formação e Maturação do Colágeno [18:54]
Dentro do retículo endoplasmático rugoso, o pré-procolágeno é clivado, formando o procolágeno, composto por três cadeias alfa. Essas cadeias sofrem hidroxilação da prolina e lisina, seguida de glicosilação. Cada cadeia alfa é sintetizada com peptídeos de registro nas extremidades amino e carboxil terminal, que auxiliam no alinhamento das três cadeias para formar uma tripla hélice. A molécula de procolágeno, agora em tripla hélice, é transportada para o meio extracelular, onde enzimas removem os peptídeos de registro, transformando-a em tropocolágeno. As moléculas de tropocolágeno se ligam covalentemente, formando fibrilas colágenas maduras, mais curtas e insolúveis.
Características das Fibras Colágenas Tipo 1 [28:40]
As fibras colágenas tipo 1, as mais numerosas no tecido conjuntivo, apresentam cor branca quando frescas e são longas, com um percurso sinuoso. Visíveis ao microscópio de luz após coloração, têm afinidade pelo corante eosina, aparecendo em rosa. São proteínas importantes que conferem estruturação ao tecido conjuntivo.
Fibras Reticulares [31:17]
As fibras reticulares são formadas predominantemente por colágeno tipo 3 e são extremamente finas. Elas se organizam no espaço, estabelecendo uma rede que configura o arcabouço de alguns órgãos. Não são visíveis pelas técnicas de coloração de rotina, mas podem ser observadas com técnicas de coloração à base de sais de prata, que as impregnam e as tornam visíveis em cor preta, característica conhecida como argirofilia. Além do colágeno tipo 3, as fibras reticulares contêm glicoproteínas e proteoglicanos. São abundantes no músculo liso e na medula óssea, onde formam o tecido conjuntivo reticular.
Sistema Elástico: Fibras Oxitalânicas, Elaunínicas e Elásticas [35:37]
O sistema elástico é composto por três tipos de fibras: oxitalânicas, elaunínicas e elásticas, que se desenvolvem em etapas. As fibras oxitalânicas são feixes de microfibrilas compostos por glicoproteínas, incluindo a fibrilina, que forma o arcabouço onde a elastina se deposita. As fibras elaunínicas apresentam deposição irregular de elastina entre as microfibrilas oxitalânicas, conferindo algum grau de elasticidade. As fibras elásticas, o estágio final, possuem deposição contínua de elastina, ocupando todo o centro do feixe de microfibrilas.
Fibras Elásticas e sua Produção [39:40]
As fibras elásticas são ricas em elastina e têm grande capacidade de se estender sob tração. Fibroblastos, células musculares lisas e células da parede dos vasos sanguíneos são capazes de produzir elastina. A elastina é rica em glicina e prolina. As fibras elásticas são menores em diâmetro que as colágenas e são cinco vezes mais extensíveis que a borracha. Tecidos ricos em fibras elásticas são chamados de tecidos elásticos e apresentam uma coloração amarelada.
Substância Fundamental: Glicosaminoglicanos, Proteoglicanos e Glicoproteínas [43:20]
A substância fundamental preenche os espaços entre células e fibras, sendo uma mistura complexa e altamente hidratada. Contém glicosaminoglicanos (GAGs), proteoglicanos (GAGs associados a eixos proteicos) e glicoproteínas multiadesivas. É incolor, transparente e viscosa, lubrificando as células e dificultando a movimentação de agentes invasores.
Glicosaminoglicanos e Proteoglicanos [46:19]
Os glicosaminoglicanos (GAGs) são polímeros lineares formados pela repetição de dissacarídeos, compostos por um ácido urônico (glicurônico ou hialurônico) e uma hexosamina (glicosamina ou galactosamina). Exemplos de GAGs incluem sulfato de condroitina, sulfato de heparana, sulfato de queratina e ácido hialurônico. Com exceção do ácido hialurônico, todos os GAGs se associam covalentemente a um eixo proteico, formando proteoglicanos. Os proteoglicanos são altamente hidrofílicos, associando-se a uma camada de água de solvatação, o que aumenta a viscosidade da substância fundamental.
Glicoproteínas Multiadesivas e Fluido Tissular [53:18]
As glicoproteínas multiadesivas são compostos formados por uma proteína com cadeias glicídicas ramificadas, interagindo com células adjacentes e auxiliando na adesão celular aos substratos. O fluido tissular, semelhante ao plasma sanguíneo, contém íons e substâncias que atravessam a parede dos vasos sanguíneos, além de proteínas de baixo peso molecular.
Dinâmica do Fluido Tissular: Pressão Hidrostática e Osmótica [56:39]
A formação do fluido tissular envolve a pressão hidrostática, que força a saída de líquido dos capilares arteriais para os tecidos, e a pressão osmótica, que atrai o líquido de volta para os capilares venosos devido à maior concentração de proteínas no plasma. A pressão hidrostática, resultante da força do bombeamento cardíaco, supera a pressão osmótica na porção arterial, permitindo a perfusão. Na porção venosa, a pressão osmótica, devido à concentração de proteínas, prevalece, puxando o líquido de volta para o sistema circulatório.
Equilíbrio do Fluido Tissular e Classificação dos Tecidos Conjuntivos [1:09:26]
O sistema linfático coleta o excesso de líquido que não retorna aos capilares venosos, devolvendo-o ao sangue na base do pescoço, mantendo o equilíbrio do volume sanguíneo. Os tecidos conjuntivos são classificados em propriamente ditos (frouxos e densos), de propriedades especiais (adiposo, elástico, hemocitopoiético, mucoso) e de suporte (cartilaginoso e ósseo).
Tecidos Conjuntivos Propriamente Ditos: Frouxo e Denso [1:15:06]
O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas sujeitas a pequenas forças, preenchendo espaços entre células e vasos sanguíneos. Contém todos os elementos estruturais típicos em proporção equilibrada. O tecido conjuntivo denso oferece resistência e proteção, com mais fibras do que células. Pode ser não modelado, com fibras colágenas em orientação aleatória, ou modelado, com feixes de fibras colágenas paralelos, como nos tendões.
Tecidos Conjuntivos de Propriedades Especiais: Adiposo e Mucoso [1:20:52]
O tecido adiposo, um tipo de tecido conjuntivo de propriedades especiais, apresenta um predomínio de células adiposas. O tecido adiposo unilocular é formado por adipócitos que armazenam gordura para produzir energia, enquanto o tecido adiposo multilocular é constituído por células adiposas que possuem várias gotículas de gordura no seu citoplasma e que se especializam na produção de calor. O tecido conjuntivo mucoso, também de propriedades especiais, é rico em substância fundamental, principalmente ácido hialurônico, com poucas fibras e fibroblastos. É o principal componente do cordão umbilical e da polpa do dente jovem.
Tecidos Conjuntivos de Suporte: Cartilaginoso e Ósseo [1:27:20]
O tecido cartilaginoso, um tipo de tecido conjuntivo de suporte, é composto por condrócitos e condroblastos, que sintetizam a matriz extracelular da cartilagem. Existem três tipos de cartilagem: hialina (predomínio de colágeno tipo 2), elástica (predomínio de fibras elásticas) e fibrosa (predomínio de fibras colágenas tipo 1). O tecido ósseo, outro tipo de tecido conjuntivo de suporte, possui matriz rígida e mineralizada, composta por uma parte orgânica e uma parte inorgânica. As células do tecido ósseo incluem osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.