Breve Resumo
Este vídeo da CNN Brasil Money apresenta uma análise do Boletim Focus com Marcela Caout, economista-chefe da Lifetime Investimentos. Os principais pontos abordados incluem:
- Inflação: Projeções para o IPCA em 2025 e 2026, pressões da inflação de serviços e o impacto da política monetária.
- Taxa de Juros: Expectativas para as próximas reuniões do Banco Central e o ciclo de alta de juros.
- Cenário Global: Impacto das tarifas de Donald Trump e a guerra comercial entre China e Estados Unidos na economia brasileira.
- Dólar: Cenários para o dólar, volatilidade e fatores que influenciam a moeda brasileira.
- PIB: Projeções para o crescimento do PIB do Brasil e a necessidade de revisão de gastos e do arcabouço fiscal.
Análise do Cenário Atual e Projeções para o IPCA
Marcela Caout discute as projeções para o IPCA, destacando que, embora haja uma leve queda nas projeções para 2025, a inflação ainda está bem acima do teto da meta. Ela explica que a desaceleração mundial devido às tarifas impostas por Donald Trump pode influenciar o Brasil indiretamente. Apesar da redução para este ano, há um aumento previsto para o próximo, mantendo o IPCA fora da meta tanto em 2025 quanto em 2026.
Impacto do IPCA-15 e Riscos Internos na Inflação
A economista analisa como o IPCA-15 contribuiu para a redução nas projeções, mencionando que a desaceleração global e a queda nos preços das commodities ajudam a conter a inflação. No entanto, ela ressalta que os riscos internos, especialmente a inflação de serviços, continuam sendo uma grande preocupação para o Banco Central. A inflação de serviços segue acelerando e se distanciando da meta, sendo o principal foco da política monetária.
Expectativas para a Próxima Reunião do Banco Central
Marcela Caout aborda as expectativas para a próxima reunião do Banco Central, indicando que um aumento na taxa de juros é esperado, mas a magnitude desse aumento ainda é incerta. Ela menciona que, apesar das revisões de PIB e inflação nos Estados Unidos, o Brasil não viu revisões fortes na atividade econômica ou na política monetária. A expectativa é de um aumento de 0,5 ponto percentual, alinhado com o que já era esperado antes das tarifas.
Efeitos da Política Monetária e Projeções para 2026
A economista explica que os efeitos da política monetária na inflação começam a ser sentidos de seis a oito meses após o início do ciclo. No entanto, o mercado de trabalho aquecido e a alta do câmbio têm compensado esses efeitos. Para 2026, há uma leve alta no IPCA, refletindo a expectativa de crescimento contínuo no Brasil, impulsionado pelo mercado de trabalho e programas de transferência de renda, o que mantém a pressão sobre a inflação de demanda.
Cenário do PIB e Impacto da Desaceleração Global
Marcela Caout comenta sobre o Boletim Focus, que não teve alteração no PIB, mas ressalta a importância de monitorar o cenário de desaceleração global. Ela destaca que, apesar das revisões de PIB nos Estados Unidos e na Europa, a expectativa para o Brasil se mantém em 2%. Isso se deve à força da atividade econômica interna, focada no mercado de trabalho e no consumo das famílias, que compensa a desaceleração global.
Impacto da Guerra Comercial e Cenários para o Dólar
A economista discute o impacto da guerra comercial entre China e Estados Unidos no Brasil, mencionando que o tarifaço pegou o mundo de surpresa e deve diminuir o comércio global. No entanto, o Brasil, com tarifas menores, pode ter a oportunidade de ocupar parte desse vácuo. Em relação ao dólar, ela observa que a incerteza causada pela política externa americana tem gerado volatilidade. Apesar da perda de força do dólar em relação a outras moedas, o real não se beneficiou tanto devido à aversão ao risco nos mercados emergentes.
Incertezas Fiscais e Projeções para o Dólar no Final do Ano
Marcela Caout alerta que as incertezas fiscais devem voltar ao radar, especialmente com a proximidade das eleições de 2026 e a possibilidade de aumento de gastos para impulsionar a popularidade do governo. Ela menciona que o projeto de orçamento para 2026 traz estimativas otimistas que podem não se concretizar, dificultando o cumprimento da meta fiscal. A expectativa é de uma desvalorização adicional do real, com o dólar em torno de R$5,90 a R$5,95.
Projeções para o PIB e a Necessidade de Revisão do Arcabouço Fiscal
A economista explica que os modelos da Lifetime Investimentos apontam para um crescimento do PIB mais próximo de 2%, impulsionado pelo mercado de trabalho, incentivos fiscais e a safra. No entanto, a política monetária restritiva exerce um peso importante sobre a atividade. Ela critica as expectativas otimistas do Ministério da Fazenda, que podem levar a um não cumprimento da meta fiscal.
Necessidade de Repensar o Arcabouço Fiscal
Marcela Caout enfatiza a necessidade de repensar o arcabouço fiscal, que não tem funcionado como uma âncora para o mercado. Ela argumenta que o arcabouço carece de credibilidade e não garante que o governo gastará dentro de parâmetros razoáveis. A discussão deve focar não apenas no quanto o governo gasta, mas em como gasta, diminuindo o peso dos gastos obrigatórios e buscando uma política fiscal sustentável.