Breve Resumo
Este vídeo apresenta uma discussão detalhada sobre a estratégia de uma carteira de investimentos focada em dividendos, com o objetivo de gerar renda passiva e crescimento patrimonial a longo prazo. Os principais pontos abordados incluem a importância da autonomia do investidor, a distinção entre recomendação e consultoria personalizada, a gestão de risco, a diversificação da carteira e a utilização de ferramentas como o preço teto para garantir uma margem de segurança nas compras.
- A carteira é composta por empresas resilientes e pagadoras de dividendos, com foco na consistência na entrega de lucros.
- A diversificação é essencial para diluir o risco, e a disciplina e consistência são fundamentais para o sucesso nos investimentos.
- A gestão de risco é crucial, e o desapego com os ativos é importante para tomar decisões racionais.
Abertura e boas-vindas [0:00]
O vídeo começa com uma saudação aos participantes e um breve comentário sobre a ausência inicial do Professor Mira, que estava participando de um evento. A analista Renata Veloso é apresentada como a especialista que conduzirá a discussão sobre a carteira de investimentos.
O papel do analista x consultoria individual [1:00]
O Professor Mira destaca a importância de entender o papel do analista, que é selecionar ativos de qualidade e superar os índices de mercado, diferente da consultoria individual, que personaliza as recomendações de acordo com as preferências de cada investidor. Ele menciona que já recomendou diversas carteiras de ações e fundos imobiliários ao longo dos anos, e que é natural que existam ativos diferentes nessas carteiras.
Discussão sobre gestão de carteira [2:50]
O Professor Mira propõe uma live futura para discutir a gestão de carteira, abordando questões como a venda de fundos imobiliários e a perspectiva de valorização de ativos como Itaúsa. Ele explica como opera Itaúsa com opções para gerar um retorno de 15% a 20% ao ano, mesmo sem uma grande expectativa de valorização. A decisão de incluir ou não um ativo na carteira depende da estratégia individual e das operações que o investidor pretende realizar.
Diferença entre recomendação e consultoria personalizada [4:30]
O Professor Mira reforça que uma carteira recomendada por uma casa de análise é baseada em ativos considerados bons, mas não leva em conta as particularidades de cada investidor. A consultoria é uma evolução desse processo, adaptando as recomendações às necessidades individuais. Ele expressa o desejo de que a inteligência artificial possa auxiliar na organização dos ativos, dentro das limitações da lei.
Inteligência artificial e organização de ativos [6:00]
O Professor Mira compartilha seu desejo de integrar classificações de ações (cíclicas, não cíclicas, crescimento, dividendos) na plataforma, facilitando a análise. Ele visualiza uma plataforma onde o investidor possa ver sua carteira de ações detalhada, com classificações e informações relevantes para suas metas financeiras. Ele enfatiza que é natural que a carteira de cada um tenha divergências em relação a uma carteira recomendada.
Importância da autonomia do investidor [8:30]
O Professor Mira destaca que os membros da comunidade têm conhecimento para escolher seus próprios ativos e substituir aqueles que não se encaixam em sua estratégia. Ele explica que a comunidade é uma ferramenta para quem precisa de acompanhamento, mas que os investidores mais experientes podem questionar e avaliar as recomendações, buscando ativos com maior potencial ou que se encaixem melhor em sua carteira.
Estratégia da carteira apresentada [10:00]
Renata Veloso explica que a live tem como objetivo tirar dúvidas sobre o relatório da carteira, que já está disponível. Ela reforça a importância de separar a carteira recomendada da gestão de portfólio, e que os resultados apresentados se referem à estratégia montada. A estratégia da carteira é um portfólio de investimentos diversificado, construído ao longo dos meses, com foco em empresas resilientes e pagadoras de dividendos.
Caso Bradesco: reestruturação e dividendos [13:00]
Renata Veloso usa o exemplo do Bradesco para ilustrar a estratégia da carteira. Apesar do plano de reestruturação e dos resultados negativos no ano anterior, o banco continuou a ter lucro e a pagar dividendos, atendendo aos requisitos do mandato da estratégia de dividendos. Ela explica que, em momentos como esse, é possível suspender os aportes temporariamente, aguardando notícias melhores.
Carteira conservadora x operações com opções [17:00]
O Professor Mira explica que a carteira tem foco em dividendos e tende a ser resiliente, com ações cíclicas e não cíclicas. Ele destaca que é mais fácil escolher ações não cíclicas, mas que o analista considera o ciclo de baixa de ações cíclicas como Vale para identificar oportunidades de compra. Ele também menciona a importância de uma carteira mais conservadora, com menos giro, e a possibilidade de usar uma carteira de opções para aumentar o retorno nos ativos.
Banco do Brasil: por que não entrou na carteira [20:00]
O Professor Mira explica por que o Banco do Brasil não foi incluído na carteira, mencionando a queda na expectativa do dividend yield e a incerteza em relação aos desdobramentos da lei das estatais. Ele sugere que, se o investidor deseja aproveitar a oportunidade, pode operar opções do próprio Banco do Brasil. Ele reforça que o objetivo da comunidade é a construção de patrimônio a longo prazo, e que as coisas são feitas de forma a permitir que as pessoas acompanhem mesmo com pouco tempo disponível.
Importância de timing e fundamentos
Renata Veloso reforça que há hora certa para cada ativo, mesmo que se goste da empresa. Ela explica que o Banco do Brasil não foi incluído na carteira por não ser o momento favorável do ponto de vista dos fundamentos, e que é preciso aguardar os desdobramentos dos eventos que estão acontecendo. Ela destaca que não fazer nada também é uma opção em investimentos.
Apresentação da carteira inicial (BB Seguridade, Bradesco, CPFL, Itaú, Vale) [25:30]
Renata Veloso apresenta a composição da carteira inicial, com BB Seguridade, Bradesco, CPFL Energia, Itaú e Vale. Ela explica os requisitos e diretrizes da estratégia, que busca o ganho real na forma de proventos. Ela destaca que o Banco do Brasil não atende à estratégia nesse momento, devido à redução do guidance e do payout. Ela explica a preferência por ativos com margem de segurança e bons resultados, como Itaú e Odontoprev.
Vale: empresa cíclica dentro da estratégia [29:30]
Renata Veloso explica a inclusão de Vale na carteira, apesar de ser uma empresa cíclica. Ela destaca a resiliência da empresa, sua capacidade de superar desafios e sua representatividade nos índices. Ela explica que, em um ciclo de baixa, o setor de materiais básicos é o primeiro a ser impulsionado em uma retomada econômica. Ela acredita que Vale pode gerar ganhos tanto em dividendos quanto em ganho de capital.
Odontoprev: destaque e características [31:00]
Renata Veloso apresenta Odontoprev, uma empresa de seguro de saúde bucal com participação importante do Bradesco e atendimento à rede do Banco do Brasil. Ela destaca que a empresa funciona como uma seguradora, com caixa líquido e sem endividamento. Ela explica por que empresas do setor de saneamento não foram incluídas na carteira, devido à falta de margem de segurança e à avaliação cara.
Critérios de permanência ou saída de ativos [33:00]
Renata Veloso explica que a carteira vai crescer ao longo do tempo e que não haverá giro constante. Ela destaca que a prioridade será dada às ações com preferência para compra, e que a saída de uma empresa do portfólio ocorrerá apenas por perda de fundamento, e não por eventos de curto prazo. Ela menciona que a redução do payout e o prejuízo à estratégia também podem levar à saída de um ativo.
Diversificação e teoria de Markowitz [34:45]
O Professor Mira explica o conceito de preço teto, que é o máximo que se paga por um ativo em termos de fundamentos, garantindo uma margem de desconto. Ele explica por que não foi colocado o preço justo, para evitar o giro da carteira. Ele responde a perguntas sobre o percentual de cada ação na carteira (16,67%) e sobre a quantidade de ativos (seis). Ele lembra das aulas sobre Markowitz, explicando que o melhor retorno é ter um único ativo, mas que essa é a posição mais arriscada.
Cronograma de dividendos mensais [38:30]
Renata Veloso destaca o cronograma de dividendos, que mostra a expectativa de recebimento de dividendos em todos os meses, respeitando o mandato da carteira. Ela menciona que as datas indicadas são das empresas que já anunciaram os pagamentos. Ela também destaca os bons resultados das empresas na temporada de resultados, e que a maioria já está com uma distribuição quase equivalente à do ano anterior.
Quando comprar: respeito ao preço teto [41:00]
Renata Veloso explica que o ideal é respeitar o preço teto, comprando o ativo quando ele estiver abaixo desse valor, garantindo uma margem de segurança. O Professor Mira complementa, explicando que, se o preço ultrapassar o preço teto, o investidor pode usar a reserva de oportunidade.
DCA (Dollar-Cost Averaging) x Market Timing [43:00]
O Professor Mira compartilha um estudo sobre DCA (Dollar-Cost Averaging) e Market Timing, comparando o retorno de quem compra todos os meses, independentemente do preço, com o de quem tenta acertar o ponto exato mais barato. Ele pergunta aos participantes qual a diferença de retorno entre ter a bola de cristal de descobrir sempre o menor valor e simplesmente comprar ao preço de fechamento do quinto dia útil.
Diferença real entre acertar o “fundo do mês” e consistência [47:00]
O Professor Mira revela que a diferença de retorno entre quem acerta a mínima do mês e quem compra no quinto dia útil é menor do que 10%. Ele explica que, em um estudo simulando aportes de R$ 100 ao longo de 10 anos, quem tem a bola de cristal ganhou cerca de 62% a 63% de retorno acumulado, enquanto quem comprou no quinto dia útil ganhou 52% a 53%. Renata Veloso destaca que, como não temos bola de cristal, o importante é ter uma referência, que no caso da carteira é o preço teto.
Disciplina e consistência como chave [51:00]
O Professor Mira reforça que é impossível acertar o menor preço do mês durante 120 meses seguidos, e que a disciplina é muito mais fácil e importante. Ele destaca que, ao ter o preço teto e respeitá-lo, o investidor tende a melhorar o retorno em relação à simples compra a qualquer preço. Ele menciona que agora tem dados matemáticos para provar isso, e que está escrevendo um working paper sobre o tema.
CPFL e setor elétrico [55:00]
Renata Veloso explica que CPFL é uma das empresas mais atrativas do setor elétrico, com menor endividamento. Ela explica que CPFL atende toda a cadeia de valor da energia elétrica, com um atendimento maior na distribuição. Ela destaca que a parte de distribuição é a que terá menos modificação nos próximos anos, e que o negócio da CPFL é mais redondo do que o de outras empresas de distribuição.
Planilhas de apoio para a comunidade [57:00]
O Professor Mira anuncia que será adicionada uma aba de ferramentas na comunidade, com planilhas de monitor de valuation, cíclicas e não cíclicas, consórcio, alugar versus comprar imóvel e controle de operações com opções. Ele explica que as planilhas serão automatizadas, mas que enquanto isso os usuários poderão baixá-las e atualizar os dados.
Preço teto e margem de segurança [1:00:00]
Renata Veloso explica que o preço teto é baseado no valuation dos ativos, e que é calculado para todos os ativos que serão recomendados. Ela explica que a margem de segurança varia de acordo com o setor e com a empresa, e que não foi colocado o preço justo para não criar ansiedade de giro na carteira. Ela reforça que a estratégia é de longo prazo, e que o objetivo é trilhar um caminho juntos até a independência financeira.
Gestão de risco e desapego com ativos [1:04:00]
Mariana Maia comenta sobre o apego que alguns investidores têm aos seus ativos, e Renata Veloso explica que é preciso ser mais inteligente com o dinheiro do que com o amor que se sente pelas empresas. Ela destaca que a única coisa que se consegue controlar no mercado é a gestão de risco, e que é preciso equalizar o risco dos ativos dentro do portfólio. Ela compartilha sua experiência de ter saído e entrado em empresas diversas vezes, dependendo do cenário.
Considerações finais e interação com chat [1:06:30]
Renata Veloso explica que o setor de saneamento não está interessante para compra no momento, devido à falta de margem de segurança. Ela reforça que não vão comprar nada caro, e que investir bem é um exercício de paciência. Ela explica a diferença entre preço justo e preço teto, e que a estratégia é se basear no preço teto, que é o preço máximo de compra. O Professor Mira e Renata Veloso agradecem a participação de todos e encerram a live.