Breve Resumo
Este vídeo aborda a leptospirose, uma doença zoonótica de grande importância tanto na produção animal quanto na saúde pública. O vídeo explora os agentes causadores, os sorovares mais relevantes em diferentes espécies, os sinais clínicos em animais e humanos, a epidemiologia da doença, as formas de transmissão e as estratégias de controle, incluindo vacinação e medidas ambientais.
- A leptospirose é causada pela bactéria espiroqueta Leptospira interrogans, com diversos sorovares que afetam diferentes espécies.
- Ratos são os principais reservatórios, mas bovinos e cães também desempenham um papel importante na disseminação da doença.
- Enchentes aumentam o risco de leptospirose devido à disseminação de água contaminada e ao desalojamento de roedores.
- O controle da leptospirose envolve vacinação (com limitações devido à baixa imunidade cruzada entre sorovares) e controle ambiental, incluindo o controle de roedores.
Introdução à Leptospirose [0:06]
A leptospirose, também conhecida como doença de Weil ou icterícia infecciosa, é uma doença importante tanto na produção animal quanto na saúde pública. Ratos são frequentemente associados à leptospirose, atuando como principais reservatórios da bactéria Leptospira. No entanto, bovinos em ambientes rurais e cães em ambientes urbanos também desempenham um papel significativo na disseminação da doença.
Agente Causal e Classificação [1:12]
A leptospirose é causada por uma bactéria espiroqueta do gênero Leptospira, que necessita de umidade para sobreviver. Todas as leptospiras que causam doença pertencem à espécie Leptospira interrogans, que é subdividida em sorovares devido às diferenças entre as bactérias. Em bovinos, os principais sorovares são o Hardjo, associado a aborto, mastite e infertilidade, e o Pomona, que causa aborto e anemia hemolítica aguda. Em equinos, o sorovar Grippotyphosa é comum, enquanto o Canicola é importante em cães e o Icterohaemorrhagiae em humanos, causando doenças graves.
Sintomas em Humanos e Associação com Enchentes [4:30]
Em humanos, os sintomas da leptospirose variam de leves a graves, surgindo de 5 a 14 dias após a infecção. Os sintomas incluem dor de cabeça, vômito, dor no corpo (principalmente nas panturrilhas), febre e diarreia, podendo evoluir para doenças do fígado, renais e vasculares, e até a morte. A leptospirose é frequentemente associada a enchentes devido ao desalojamento de roedores, disseminação de água contaminada e amolecimento da pele, o que facilita a penetração da bactéria.
Impacto das Enchentes e Casos no Rio Grande do Sul [7:03]
Durante as enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, houve um aumento na ocorrência de leptospirose, principalmente em pessoas que tiveram contato com a água. Em junho de 2024, foram registradas 20 mortes e 363 casos confirmados da doença, principalmente em cidades afetadas pelas enchentes.
Sinais Clínicos em Animais [7:49]
Em cães, os sinais clínicos da leptospirose incluem febre, anorexia, vômitos, desidratação e problemas renais, como poliúria e polidipsia, que podem evoluir para oligúria e anúria, indicando falência renal. Também pode ocorrer um quadro hepático, visível pela icterícia. Em animais de produção, a leptospirose causa principalmente problemas reprodutivos, como aborto no terço final da gestação, retenção de placenta, natimortos e bezerros fracos. Em bovinos, pode ocorrer mastite com leite amarelado e presença de coágulos. Em equinos, a doença causa inflamação dos olhos (oftalmite recidivante ou uveíte) e anemia hemolítica.
Cadeia Epidemiológica e Mecanismos de Infecção [10:33]
A cadeia epidemiológica da leptospirose envolve roedores como reservatórios, que infectam cães, bovinos e outros animais de produção, além de humanos. A infecção em humanos ocorre pelo contato com água de enchente, atividade profissional ou recreacional. Bovinos, suínos e cães também podem infectar humanos. A bactéria penetra nas mucosas ou em lesões na pele, multiplicando-se e disseminando-se para órgãos como rins, fígado, baço, sistema nervoso central e olhos, causando danos aos vasos sanguíneos, derrames e trombos. A Leptospira se aloja nos rins e é excretada intermitentemente na urina, fase conhecida como leptospiúria.
Transmissão e Controle da Leptospirose [12:28]
A transmissão da leptospirose para humanos ocorre principalmente pela exposição à água ou solo contaminados por animais infectados, enchentes, locais alagados e recreação. Para animais, a transmissão ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados, contato direto com urina, abortos ou fluidos genitais, e contato sexual durante a cópula. O controle da leptospirose é feito por meio da vacinação e do controle ambiental. A vacinação tem limitações devido à pouca imunidade cruzada entre os sorovares e à curta duração da imunidade, exigindo revacinações frequentes. O controle ambiental consiste principalmente no controle de roedores, evitando acúmulos de água que favorecem a disseminação da bactéria.
Referências para Estudo [15:03]
O vídeo sugere como referências para estudo o site da Embrapa, que contém diversas publicações sobre produção animal e outros assuntos, e os manuais de zoonoses do CRMV, que oferecem informações interessantes sobre doenças como brucelose, febre amarela, leptospirose, raiva e tuberculose.