Breve Resumo
Este vídeo aborda o tema de Certificados de Operações Estruturadas (COI), desmistificando preconceitos e explicando como comercializá-los adequadamente. O conteúdo explora a história dos COIs, seus diferentes tipos, a importância da ética na venda, e como identificar o perfil de cliente ideal para cada produto.
- Desmistificação de preconceitos sobre COI.
- Importância da ética e transparência na comercialização.
- Identificação do perfil de cliente adequado para cada tipo de COI.
- Explicação da estrutura e funcionamento dos COIs.
Introdução aos COIs e Desmistificação de Preconceitos
A aula começa com uma discussão sobre operações estruturadas e COIs, destacando que ambos utilizam os mesmos princípios e derivativos. O objetivo é desmistificar a ideia de que COIs são produtos inferiores ou inadequados, enfatizando que cada produto financeiro tem seu público e utilidade. O papel do assessor é direcionar o produto certo para o cliente certo, considerando seus objetivos, valor e prazo. É proposto que os participantes compartilhem seus preconceitos sobre COIs para quebrar essas ideias ao longo da aula.
Discussão sobre a Acessibilidade e Sofisticação dos COIs
A discussão aborda a acessibilidade dos COIs, mencionando que existem opções a partir de R$ 1.000, embora estruturas mais sofisticadas possam exigir investimentos maiores. É reconhecido que algumas estruturas de COI podem ser ruins, mas isso não invalida o produto como um todo. A importância de estudar e entender os produtos financeiros antes de vendê-los é enfatizada, com exemplos de previdências vendidas de forma inadequada no passado. O sensacionalismo na internet sobre COIs mal vendidos é criticado, destacando a necessidade de diferenciar informações corretas de sensacionalismo.
Ética e Profissionalismo na Venda de Produtos Financeiros
A importância da ética e do profissionalismo na orientação de investimentos é destacada. O problema não está nos instrumentos de investimento, mas nas pessoas que fazem as alocações pensando exclusivamente na própria remuneração. É crucial colocar o interesse do investidor acima do próprio interesse, sob pena de perder a credibilidade e o cliente. A experiência profissional e o nome a zelar são ativos importantes, e a falta de ética pode comprometer a carreira a longo prazo.
Conceitos e Estrutura dos COIs
O COI surgiu como uma adaptação das notas estruturadas dos Estados Unidos. A estrutura de um COI é composta por um ativo principal e derivativos, que permitem se expor a teses de investimento com pouco capital. A sobra de capital é investida em renda fixa, garantindo remuneração no período. Existem COIs com capital protegido, parcialmente protegido e sem proteção. A diferença entre operações estruturadas de renda variável e COIs é que, nas primeiras, o capital é investido diretamente no ativo, enquanto nos COIs, o ativo é comprado via derivativo.
Participantes e Modelagem dos COIs
Os participantes na estruturação de um COI são o investidor, o emissor (instituição financeira) e o gestor (responsável por montar a tese). O risco de crédito do emissor é um fator importante a ser considerado. O gestor busca oportunidades no mercado para estruturar teses viáveis e interessantes para o investidor. Cada instituição tem seu padrão de trabalho, e muitas teses são semelhantes entre diferentes instituições.
História e Tipos de COIs
A história dos COIs inclui um período de aprendizado, com estruturas que geraram problemas, como o AutoCall. Os tipos de COI incluem os de renda fixa, renda variável e híbridos. O AutoCall, que vinculava o ganho ao desempenho de três ações, gerou estresse no mercado porque, se uma das ações caísse, o investidor não ganhava nada. A criação dos COIs foi em 2014, mas a divulgação facilitada de informações e a crítica a estruturas antigas trouxeram o tema à tona.
Portabilidade e Marcação a Mercado nos COIs
A portabilidade de COIs entre instituições é rara devido à complexidade e iliquidez do produto. A marcação a mercado depende da estrutura do COI; se houver renda fixa prefixada, o resgate antecipado pode sofrer impacto. A experiência do investidor no COI é visualizada na curva, e a criação de COIs de renda fixa permite investir em títulos públicos sem volatilidade. É fundamental traduzir os produtos financeiros de forma que o cliente entenda, ajustando a fala ao nível de conhecimento de cada um.
Estratégia de AutoCall e Ajuste da Fala
A estratégia de AutoCall depende do resultado de vários ativos para ter sucesso, o que pode complicar a explicação para o cliente. É importante entender o que faz sentido comprar e o que não faz, considerando o cenário atual e futuro. A maioria dos COIs pega a cotação de fechamento, não seguindo a oscilação diária. Ajustar a fala é essencial para que o cliente entenda o investimento, praticando a explicação de forma clara e didática.
Comercialização e Transparência nos COIs
Nunca se deve começar a conversa com o cliente falando sobre COI, devido ao preconceito existente. É melhor apresentar uma operação estruturada sofisticada e, após vender a tese, revelar que se trata de um COI. É crucial ser transparente sobre a iliquidez do COI e direcioná-lo para clientes conservadores com horizonte de tempo adequado. O COI é uma tese de investimento, não um produto, e deve ser alinhado com as expectativas e necessidades do cliente.
Estratégias de Venda e Diversificação
A venda de COIs deve ser feita com ética, utilizando termos que o cliente entenda e transmitindo segurança. A recomendação de COIs geralmente não é para perfil conservador, mas é importante avaliar a flexibilidade para sair antecipadamente e explicar os riscos. Não deve haver concentração em um único tipo de produto, e o bom senso profissional é essencial. A carteira de investimentos deve ser diversificada, e o cliente deve estar ciente dos riscos.
Perfil do Investidor e Documentação
O COI é adequado para investidores conservadores com horizonte de tempo, que não precisam do capital em menos de um ano. É importante observar se o cliente é imediatista e se a estratégia está alinhada com seu horizonte. A estrutura de COI atrelada ao índice SNP garante um retorno mínimo e potencial de ganho. A documentação do COI inclui o DI (contrato) e o documento de informações essenciais, que detalham os riscos e garantias.
Tributação e Tese de Diversificação Global
A tributação do COI segue a alíquota regressiva de renda fixa. A tese de diversificação global oferece ganho ilimitado com multiplicador e juros trimestrais, com capital semiprotegido. O ativo é o índice city grande, e os juros são pagos pela renda fixa por trás da estrutura. Essa tese é adequada para investidores que buscam renda recorrente e alavancagem, com vencimento em 2029.
Tese Soberano IPCA e Renda Fixa Americana
A tese soberano IPCA expõe o investidor ao título público brasileiro negociado nos Estados Unidos, com taxa maior que o Tesouro Direto e sem oscilação. É ideal para quem busca renda passiva, sem volatilidade e com baixíssimo risco de crédito. A tese de renda fixa americana, como a da Vitória Secrets, oferece cupom mensal e diversificação de empresa, mas com risco de crédito alto.
COI Atrelado ao S&P 500
O COI atrelado ao S&P 500 é ideal para quem quer investir em renda variável com segurança, garantindo 67% prefixado em 5 anos. Se a bolsa americana subir, o investidor ganha 100% da variação. É uma tese conservadora para quem tem horizonte de tempo e busca diversificação com segurança. A linha d'água de resultado é após 70%, e o investidor ganha na máxima do período.
Ouro Bidirecional e Estratégias de Investimento
O ouro bidirecional é uma operação estruturada que ganha nos dois lados, mas exige que o ouro não fique no mesmo preço. Faz sentido se o investidor acredita que o ouro não ficará no mesmo preço nos próximos 3 anos. A carteira de investimento é viva e deve ser ajustada de acordo com o cenário. A tese do ouro como proteção da carteira é válida, mas é importante balancear o capital protegido com o potencial de ganho.
COI XP Bolsa Americana Retorno Otimizado
O COI XP Bolsa Americana Retorno Otimizado garante 70% prefixado em 5 anos e a máxima da bolsa americana. Se a bolsa subir e depois cair, o investidor recebe a máxima. É uma tese bizarra para quem tem horizonte de tempo, garantindo a máxima da renda variável. A variação cambial não se aplica nesse COI, pois o índice de referência é o S&P 500.
Considerações Finais e Dúvidas
Outras instituições também comercializam produtos semelhantes, com características diferentes. A volatilidade do mercado e a aposta na recessão americana tornam o derivativo mais barato. É fundamental diversificar e não vender COI com liquidez. A tendência é de alta quando o mercado normalizar.